Com Festival Negritude, Prefeitura de São Luís celebra força e resistência do povo negro
Secom
Em uma tarde e noite de celebração, a Prefeitura de São Luís, por meio da Vice-Prefeitura, em parceria com a Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial de São Luís, realizou, na sexta-feira (22), na Praça das Mercês, na Praia Grande, a 3ª edição do Festival Negritude. O evento faz parte de uma série de ações que foram desenvolvidas ao longo deste mês em comemoração ao Dia da Consciência Negra, dia 20 de novembro. Além de várias atrações locais, o festival contou, pela primeira vez, com uma atração nacional, a cantora Mart’nália.
O prefeito de São Luís esteve presente e elogiou o evento idealizado pela vice-prefeita, Esmênia Miranda. “Hoje, me sinto honrado em participar da terceira edição desse evento que é uma iniciativa da nossa vice-prefeita. Um evento lindo, com muita representatividade, que traz o que temos de melhor da cultura negra. O Festival Negritude já virou tradição em São Luís e faz parte do nosso conjunto de ações que celebram o Dia da Consciência Negra, fortalecendo a luta por uma São Luís livre de preconceitos”, disse o prefeito Eduardo Braide.
Em um local bastante simbólico, onde se encontra o monumento à diáspora africana no Maranhão, o Festival Negritude uniu a comunidade negra e toda a população de São Luís em torno da valorização da diversidade e das heranças afro-brasileiras, marcas definitivas da cidade.
Ao longo do mês, foram desenvolvidas uma série de ações em toda a cidade, com o objetivo de combater o racismo em suas diversas formas, promover políticas públicas de igualdade racial, bem como de garantir direitos, no campo das discussões étnico-raciais nos diferentes espaços. Dentre estas ações, destaque para as contações de histórias em escolas municipais, cine-debates com temáticas racializadas em comunidades periféricas da cidade, exposição de fotografia “Nunca foi só sobre cabelo” e o concurso de redação “São Luís, minha cidade negra”, entre outras.
“São Luís é uma cidade em que 73,3% da população é autodeclarada negra. Durante este mês, promovemos um conjunto de ações e hoje, com esta programação cultural, temos a parte da celebração de todas nossas conquistas, da luta do povo negro que é maioria aqui na cidade de São Luís”, destacou a vice-prefeita de São Luís, Esmênia Miranda, idealizadora do Festival Negritude.
Apresentações
Em uma noite repleta das expressões culturais do povo negro, o festival contou com uma programação variada de mais de cinco horas.
“É um evento que não deixa de ser uma forma de resistência. Apesar do Dia da Consciência Negra ser um dia específico, a resistência tem que ser diária, esses movimentos têm que ser diários, e a Prefeitura de São Luís tem feito isso de forma exemplar, trazendo essas discussões sempre à tona", ressaltou o secretário municipal de Cultura, Maurício Itapary.
Sobre o palco montado para o evento, se apresentaram roda de capoeira, tambor de crioula de Mestre Leonardo, batalha de Slam, o Bloco Afro Aiyê Amadê e ainda uma roda de samba com os artistas Chico Chinês, Chris Santana, Luzian Filho, Maya Black e Marlon Reis. Nos intervalos, o DJ Agnaldo comandou a festa, tocando as melhores pedras que só a capital do reggae pode oferecer.
A festa teve continuidade com o grande destaque da noite, a apresentação de Mart’nália, que trouxe o samba raiz, direto do Rio de Janeiro.
“Estou feliz de estar aqui nesse lugar de grande importância, onde tem todas nossas referências, nossa história de resistência, de muita cultura e alegria. Eu acho importantíssimo termos encontros como estes aqui, com o tambor de crioula, samba de roda, capoeira, com tudo que é nosso. É um prazer estar aqui trazendo um pouquinho também do meu Rio de Janeiro para São Luís”, disse a cantora Mart'nália.
Para encerrar a noite, Samba de Terreiro emanou muito axé para o público. A Praça das Mercês foi transformada em um palco de expressões culturais, unindo a comunidade em torno da valorização da diversidade e da herança afro-brasileira.
Com um público diverso, que contou com a presença de crianças, jovens, aposentados, o Festival foi aprovado e comemorado pela população que se fez presente.
“Essa é a primeira vez que estou vindo e estou achando o evento incrível. É um evento maravilhoso nesse mês da consciência negra, que faz a gente se conectar mesmo com as nossas raízes, tradições, com os elementos da nossa cultura. Está sendo muito gratificante, maravilhoso estar aqui presenciando tudo isso. Está muito bom e estou adorando”, afirmou a estudante Vitória de Moraes, de 19 anos.
“Fico muito feliz em poder ver um movimento dessa magnitude aqui em São Luís. Eu espero que este evento se fortaleça cada vez mais pois como somos uma capital negra, temos que valorizar o povo que nós temos e a nossa cultura” disse o aposentado que faz parte do movimento negro, Hilton Conrrado que foi ao festival acompanhado de sua com sua esposa, Célia Cristina.
Roda de capoeira
Este ano, a roda de capoeira completa 10 anos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Para celebrar a data e reafirmar o compromisso da Prefeitura de São Luís em preservar essa rica tradição, uma grande roda de capoeira foi realizada na Praça das Mercês, reunindo 34 grupos de capoeira que se apresentaram no local.
Na oportunidade, a presidente da Fundação Municipal do Patrimônio Histórico, Kátia Bogea, que também participou de toda a programação deste mês da Consciência Negra, reforçou a importância e o compromisso na preservação do patrimônio que é a capoeira.
"Hoje, comemoramos 10 anos do título da Roda da Capoeira como Patrimônio da Humanidade. E a Fundação Municipal de Patrimônio vem fazendo todo um esforço para ter políticas públicas voltadas para a valorização da capoeira enquanto patrimônio. A exemplo desse trabalho, estamos com material didático em 101 escolas da rede municipal falando sobre a capoeira. São cerca de 38 mil alunos que vão receber esse material rico sobre a capoeira. Além disso, estamos capacitando os nossos professores", destacou Kátia Bogéa.
Durante a tarde, os grupos participaram do seminário "Entrelaçar histórias, preservar o patrimônio cultural e celebrar a magia da roda de capoeira" e, em seguida desceram em cortejo, desde o Teatro da Cidade até a Praça das Mercês, concluindo com o momento de culminância em uma grande roda de capoeira.
"Eu acho que um evento como esse dá uma nova visibilidade para a capoeira. Então, é por isso que a gente tem a capoeira como resistência", disse o mestre de capoeira Minzinho, do grupo Maranhão Arte e Capoeira.
Empreendedorismo e serviços
O Festival da Negritude também contou com uma área dedicada ao empreendedorismo, com a participação das feiras pretas e uma área de alimentação, com comerciantes selecionados pela Blitz Urbana.
Ao todo, 20 afroempreendedores das feiras “MA Preta” e “Feira de empreendedorismo do quilombo liberdade” tiveram a oportunidade de comercializar no local seus produtos, que vão desde artesanato, gastronomia e acessórios.
Para reforçar a segurança, o Festival contou com a presença de guardas municipais, Polícia Militar do Maranhão, bombeiros Civil e Militar. Agentes de limpeza também estiveram presentes garantindo a higiene no local. A Blitz Urbana também se fez presente, disciplinando o comércio.