Fundação Municipal de Patrimônio Histórico

Monumento à Diáspora Africana terá visitas guiadas gratuitas para a população de São Luís

22/05/2024 09h58 - Atualizada em 22/05/2024 10h01
Secom

A Prefeitura de São Luís, em parceria com o Ministério do Turismo e o Instituto Cultural Vale, lança, nesta terça-feira (21), às 16h, o “Roteiro cultural ao Monumento à Diáspora Africana” e a publicação “Monumento à Diáspora Africana”. As visitas guiadas vão até o dia 8 de junho de 2024, de segunda a sexta, em dois turnos (das 8h às 11h e das 15h às 18h), e no sábado (das 15h às 19h) e são totalmente gratuitas.

 

Inaugurado em novembro de 2023, no mês da Consciência Negra, o Monumento à Diáspora Africana apresenta, por meio de oito painéis produzidos por artistas maranhenses, a contribuição do povo negro para a cultura e a identidade do Maranhão. Erguido na Praça das Mercês com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, e com realização da Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal do Patrimônio Histórico (Fumph) e a LP Arte Soluções Culturais, empresa proponente do projeto, o monumento também revela informações históricas sobre as diversas nações africanas que desembarcaram no Maranhão em diáspora forçada por conta do tráfico transatlântico.

 O monumento já se tornou um dos pontos turísticos mais visitados da cidade e vem despertando interesse da população e de turistas. Pensando em garantir maior visibilidade ao Monumento e oferecer à população mais informações sobre este espaço, uma ação educativa foi planejada tendo como foco a formação de guias culturais especializados sobre a diáspora africana.

Em parceria com o Instituto Federal do Maranhão (IFMA), por meio do curso Guia de Turismo, oito estudantes foram selecionados para a formação e receberão uma bolsa de estudos remunerada. Após a formação, que será ministrada por especialistas na temática negra, artística e turismo cultural, os estudantes do IFMA estarão aptos para receber e guiar os visitantes. Nas visitas guiadas uma publicação também será distribuída contendo informações sobre o projeto de concepção do Monumento à Diáspora Africana. 

O projeto é aberto às escolas municipais, estaduais e particulares para que o assunto possa estar entre os temas da formação destes estudantes. Para participar do roteiro cultural que começa dia 21 de maio e vai até 8 de junho, as escolas precisam se inscrever pelo e-mail projetos.lparte@gmail.com ou no WhatsApp: 98 98628-9501

Sobre o Monumento à Diáspora Africana

 

A criação do monumento surgiu do desejo de fazer da praça, antigo porto de desembarque de negros escravizados, um lugar de memória e celebração da cultura negra para a formação da identidade do povo Maranhense. Para a concepção do monumento foi organizada uma comissão liderada pela Fumph composta de pesquisadores negros das áreas da antropologia e história, bem como ativistas dos movimentos sociais negro, membros da sociedade civil e artistas para discutir o tema da diáspora dos povos africanos no Maranhão visando a elaboração do monumento.

A pesquisa realizada pela Fumph e chancelada pela comissão forneceu os elementos para compor a base do monumento, um painel informativo em granito negro com 45 metros de comprimento, no qual consta as informações sobre as datas, os nomes dos portos de embarque, os nomes dos navios e a quantidade de africanos de diversas nações desembarcados no Maranhão entre os anos de 1693 a 1841 trazidos por meio do tráfico negreiro.

Além do painel informativo, o monumento possui oito painéis artísticos nas dimensões de 6m x 4,80m cada, produzidos por artistas maranhenses negros, que tem se destacado nacionalmente e internacionalmente no campo das artes visuais: São eles: Gê Viana, Tassila Custodes - conhecida como Emi Ajé Dudu, Eduardo Inke, Dinho Araújo, Telma Lopes, Origes, Marcos Ferreira e Jesus Santos.

Cada artista trabalhou a partir de um tema, tendo como diretriz a dinâmica do trabalho da comissão e os trabalhos se relacionam diretamente com o protagonismo do povo negro, suas contribuições formadas a partir do seu processo de (re) adaptação nos territórios onde vivem e/ou atuam. A diversidade de técnicas utilizadas e o potencial de comunicabilidade da arte produzida são marcas do espaço que foi entregue à população ludovicense.

Os temas abordados nos painéis, trabalhados pela equipe da Fumph e comissão, são: Baobá: origens diaspóricas; Matrizes africanas: religiosidades; Territorialidade: pertencimento ao lugar; Culinária: afeto e empoderamento; Tecnologias africanas: base e inspiração; Arte e cultura: expressões, memórias e heranças; Intelectualidades Negras e (Re)Existências: historicidade e militância.