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Protagonismo feminino no movimento reggae é destaque na 16ª FeliS, na Praça Maria Aragão

Por Redação Agência (SECOM)

A importância e a história de resistência do movimento reggae no Maranhão foi tema de uma roda de conversa realizada na noite de quinta-feira (19), na 16ª Feira do Livro de São Luís (FeliS), realizada pela Prefeitura de São Luís, por meio das secretarias municipais de Cultura (Secult) e de Educação (Semed). A programação também contou com o lançamento do livro 'As Ariris Contam Sua História', da pesquisadora maranhense Thalisse Ramos de Sousa.

A publicação, que analisa a participação feminina reggae de São Luís, é fruto da dissertação de mestrado da autora, em História, pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema). O lançamento do livro, que contou com uma sessão de autógrafos, e a roda de conversa, ocorreram no auditório Gonçalves Dias, instalado na FeliS.

"Eu já pesquisei anteriormente sobre o reggae, porém a relação do movimento com o turismo. Todas as leituras que eu tive acesso nunca falavam das mulheres, apenas dos homens, e eu me questionava como era a participação feminina, e no mestrado em História eu tive a oportunidade de me aprofundar na pesquisa da participação das mulheres no reggae de São Luís", explicou a autora.

Além da autora, também participaram da roda de conversa, que teve como tema 'A trajetória do ritmo na Capital Nacional do Reggae', o antropólogo Carlos Benedito da Silva, além da pesquisadora e mestre em Ciências Sociais, Karla Freire. A mesa foi mediada pelo jornalista e diretor do Museu do Reggae de Maranhão, Ademar Danilo.

A FeliS, que tradicionalmente celebra a literatura, se tornou um ponto de encontro singular, unindo acadêmicos, pesquisadores e apaixonados pelo reggae. A pesquisadora Karla Freire ressaltou a importância desse cruzamento, afirmando que o reggae, ao longo do tempo, superou desafios e consolidou-se como uma parte importante da identidade maranhense.

"Eu acho que é pontual nós estarmos em uma mesa com pesquisadores, com muita gente do movimento do reggae presente na feira do livro que é um evento literário, um evento que é muito próximo da Academia Maranhense de Letras (AML). Com o passar do tempo, o reggae foi superando as dificuldades, foi se afirmando enquanto identidade do maranhense e, hoje, está todo mundo reconhecendo que São Luís é a Jamaica Brasileira. Isso aqui é um momento muito importante que agrega muita gente, de muitos setores da sociedade", disse Karla Freire.

O diretor do Museu do Reggae do Maranhão e mediador da mesa, Ademar Danilo, enfatizou a relevância do lançamento de um livro que aborda o reggae, movimento sociocultural intrinsecamente ligado ao Maranhão. Ademar destacou que, quando esse livro se dedica a contar a história das mulheres dentro do movimento, sua importância se eleva ainda mais.

"O reggae, um ritmo estrangeiro com letras em outra língua, encontrou um lar no coração do povo maranhense, que o adotou e o transformou em um elemento cultural emblemático. Essa manifestação artística agora influencia profundamente a identidade e a maneira de viver dos maranhenses, consolidando o reggae como um pilar da cultura local", destacou o mediador da mesa.

Alessandra Vieira, trancista e assessora técnica do Museu do Reggae de São Luís, foi uma das entrevistadas na pesquisa de mestrado que resultou no livro sobre a participação feminina no movimento. Ela expressou com satisfação sua contribuição na obra que está lançando luz sobre o papel das mulheres no reggae do Maranhão.

"Por muito tempo, as mulheres que desempenharam papéis essenciais no reggae permaneceram nos bastidores, obscurecidas pela fama dos homens. No entanto, à medida que figuras como Thalisse revelam que festas e comandos do reggae no Maranhão são liderados por mulheres, o empoderamento feminino se fortalece. As mulheres não devem mais permanecer ocultas, elas devem enfrentar o machismo e abraçar o reggae em várias funções. Para muitas delas, o reggae é uma fonte de renda, demonstrando que o mercado é uma cadeia produtiva significativamente feminina", afirmou.

Em setembro deste ano, foi sancionada pelo então presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e publicada no Diário Oficial da União (DOU) a Lei 14.668, de 2023, que concede a São Luís o título de Capital Nacional do Reggae. A norma é oriunda do projeto (PL) 81/2020, do deputado Bira do Pindaré (PSB-MA), que foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura (CE) em 8 de agosto, com relatório do senador Cid Gomes (PDT-CE). 

16ª FeliS

A FeliS é considerada o maior evento literário do Maranhão. O evento, que neste ano homenageia o bicentenário do poeta Gonçalves Dias, segue até o dia 22 de outubro, na Praça Maria Aragão, no Centro da capital.

A Feira do Livro de São Luís atrai caravanas de estudantes de mais de 10 municípios do interior do estado, demonstrando seu impacto educacional e cultural em toda a região. Em média, a FeliS recebe por edição cerca de 150 mil visitantes e tem como público-alvo estudantes de escolas da rede pública e privada, assim como universitários, educadores, artistas, escritores e sociedade em geral.

Com uma programação variada e gratuita, que abrange todas as faixas etárias, a 16ª FeliS inclui desde contações de histórias e espetáculos infantis até palestras, rodas de conversa, aulas-show, seminários, oficinas, minicursos, exposições, lançamento de livros, sessões de cinema, bate-papos, visitas às escolas, performances teatrais, além de outras atividades.

Este ano, a FeliS homenageia Antônio Gonçalves Dias. O escritor maranhense nasceu em Caxias, em 1823. Ele foi um poeta, professor, jornalista e teatrólogo brasileiro. É lembrado como o grande poeta indianista da Primeira Geração Romântica. Deu romantismo ao tema índio e uma feição nacional à sua literatura. É considerado um dos melhores poetas líricos da literatura brasileira. É Patrono da cadeira n.º15 da Academia Brasileira de Letras.

Estrutura

A 16ª FeliS conta com a seguinte estrutura: estandes para comercialização de livros; estandes para Sebo Literário; estandes de editoras das Universidades e Academias de Letras; dois auditórios para realização de palestras e apresentações artísticas, com capacidade para 150 pessoas cada; espaço para lançamento e sessão de autógrafo de livros; espaço para recepção de crianças com programação infantil, com a equipe da Biblioteca Municipal José Sarney; carro Biblioteca Semed com equipe da coordenação de educação infantil; carro Biblioteca Semed com equipe da coordenação de Ensino Fundamental; Bibliosesc - Biblioteca Móvel do Sesc, com programação de contação de histórias, oficinas e mediação de leitura; área para Artesanato, um espaço para exposição e venda de artesanato local; Praça de alimentação e Food truck.

Conforto e segurança

A Feira do Livro conta com a segurança feita pela Polícia Militar do Maranhão (PMMA) e a Guarda Municipal de São Luís (GMSL). Além disso, agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) coordenam o trânsito no entorno da Praça Maria Aragão para garantir uma experiência segura para todos.

A FeliS ainda conta com seguranças privados e bombeiros civis, disponibilizados pela Secult, além de equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Blitz Urbana, Limpeza e Iluminação.